Nos últimos anos temos acompanhado um grande movimento dos usuários para com o uso de ad blockers nos browsers e smartphones. Segundo uma pesquisa do eMarketer, nos Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 3 usuários utilizarão ad blocker em 2017 e esse número continuará a crescer em 2018.
Além disso, uma outra pesquisa do eMarketer mostra que esse número já está começando a refletir no Brasil, com uma penetração total de 17% de utilização.
O que mais chama atenção é que o principal público que adere aos adblockers têm entre 18-34 anos, que basicamente são os usuários que têm maior permanência e retenção na internet.
Quando analisamos o crescimento por device, também vemos que os ad blockers não estão sendo utilizados apenas em desktop, mas também em smartphones.
Todos esse números só deixam mais claro que o ecosistema de digital advertising terá que se adaptar para uma grande mudança que impactará não apenas a receita dos publishers, mas também a performance dos advertisers e agências.
Mas porque os usuários têm cada vez mais aderido aos ad blockers?
Principalmente por conta da experiência que os usuários têm com os anúncios.
O comportamento de consumo de conteúdo está mudando constantemente e a experiência do usuário é um dos fatores primordiais para que esse consumo seja fluido.
Um report do PageFair de 2017 encontrou que os principais motivos dos usuários bloquearem os anúncios são:
- Preocupação com segurança: anúncios com malware
- Constante visualização de anúncios intrusivos, irritantes e irrelevantes
- Aumento do tempo de carregamento das páginas
Para conseguir ter um melhor entendimento da experiência que os usuários têm com os anúncios, foi criado um grupo composto por grandes empresas do mercado de midia online chamado Coallition for Better ads.
Este grupo realizou uma pesquisa e encontrou que os formatos mais intrusivos são os que utilizam pop-ups, modais fullscreen, videos com auto-play e sticky ads.
Infelizmente, os anúncios citados são os mais utilizados atualmente, trazendo maior performance para os advertisers e maior receita para os publishers.
Legal, mas o que podemos fazer em relação a isso?
No final do dia, os usuários irão bloquear os anúncios que continuarem a ser intrusivos, então tanto os publishers quanto os advertisers precisarão encontrar uma nova maneira de monetização.
Existem várias táticas sendo discutidas ao redor do mundo, como block ou pay-walls, que liberam o conteúdo para o usuário apenas após a desativação do ad blocker ou após um optin como e-mail, mas segundo o relatório da PageFair, não têm tido bons resultados.
Uma outra possibilidade é servir anúncios com maior relevância, pensando na audiência em primeiro lugar, tendo um mindset user-centric, utilizando por exemplo Native advertising, que providencia uma experiência sem fricção para o usuário.
A utilização de Native advertising (veja um post explicando o que são native ads aqui) têm trazido bons resultados para ambos os lados, trazendo receita adicional para os publishers e performance para os advertisers.
Segundo pesquisas do Yahoo, IPG e Sharethrough, os usuários prestam até 53% mais atenção e engajam até 4x mais com native ads em relação à banner ads.
Seja utilizando novos formatos de anúncios ou criando táticas para encorajar os usuários a desabilitarem os ad blockers, o crescimento do uso de ad blockers só deixou mais claro que o fator principal a ser desenvolvido é a experiência do usuário e é isso que temos que focar.